Lacunas seguem abertas sobre o acidente que matou Marília Mendonça

08/11/2021 as 08:14
Por Redação 98, em Teófilo Otoni 

As investigações sobre a queda da aeronave que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas estão em curso. De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, a perícia na área do acidente foi finalizada na tarde de sábado (6) e os próximos passos incluem ouvir as testemunhas oculares dos instantes que precederam a queda. 

A aeronave e os destroços foram recolhidos neste domingo (7) e devem ser levados para o aeroporto de Caratinga.

As amostras do material genético das vítimas envolvidas no acidente aéreo chegaram no Instituto Médico Legal em Belo Horizonte para exames toxicológicos. A previsão é de que o inquérito seja concluído em 30 dias.

O que sabemos

A cantora e sua equipe estavam a bordo de uma aeronave de modelo King Air C90a, fabricada em 1984. Ela tinha capacidade para seis passageiros e sua situação era regular, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil. As documentações e autorizações da equipe de voo também estavam em dia. O piloto Geraldo Medeiros conhecia as regras da aviação e tinha 15 anos de profissão.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que o avião não tinha caixa-preta. 

A CEMIG confirmou que a aeronave atingiu um cabo de uma torre de distribuição da empresa a cerca de 5 km do local de pouso.

Há dois alertas para obstáculos próximos ao aeroporto de Caratinga em documentos chamados INFOTEMP, emitidos pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Mas os obstáculos no aviso não são os cabos de alta tensão, por estarem além dos limites. 

Nos meses anteriores ao acidente, outros pilotos já haviam relatado aos órgãos aéreos da região que os fios elétricos atrapalhariam o pouso no aeródromo de Caratinga. 

O que não se sabe

Ainda não está claro o porquê de o avião estar voando baixo. Especialistas alegam que o piloto manteve a aeronave abaixo da rampa de pouso. 

O trabalho de investigação do Cenipa e da Polícia Civil de Minas Gerais agora está focado em ouvir testemunhas do acidente e analisar instrumentos e destroços do avião para esclarecer os motivos da tragédia. 

Segundo um dos relatos ouvidos pelas autoridades, o avião da cantora teria perdido um dos dois motores ainda no ar, após colidir com os fios. Os dois motores foram encontrados próximo ao local da queda, um deles a 200 metros do bimotor.

Foto de destaque: Super Canal/Reprodução